A Diferença entre Autoestima, Autocompaixão e Autocuidado
Atualizado: 27 de jul. de 2021
Entender a diferença entre os 3 conceitos acima, descobrir os benefícios e principalmente pontos negativos, além de aplicar estas ferramentas na sua caminhada para a transformação podem fazer muita diferença na maneira como você encara a vida e os desafios que lhe aparecem, falo por experiência própria, acredite em mim.
A Consultoria de Imagem e a Psicologia andam de braços dados, por isso gosto de falar que trabalhamos muito além de roupas, cores e estilos.
Trabalhamos comportamento, sensações, desejos, mergulhamos no autoconhecimento e muitos outros mundos que existem dentro de nós para então refletir uma nova Identidade Visual.
Muitas vezes é preciso vestir a alma primeiro, para então vestir o corpo.
Hoje trago alguns conceitos importantes para quem deseja ter uma vida mais plena, feliz e principalmente leve, independente das turbulências.
Por isso vamos começar com o conceito mais popular: a Autoestima.
A AUTOESTIMA é definida pela psicologia como uma avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si mesma, podendo esta ser positiva ou negativa, trata-se da nossa realidade. Por este motivo, estudiosos do campo acreditam que ela acaba sendo mais atrelada ao ego que cada indivíduo possui.

"Na cultura ocidental, autoestima requer destacar-se na multidão - ser especial e acima da média. O problema, é claro, é que é impossível todos estarem acima da média ao mesmo tempo." Afirma a pesquisadora pioneira em autocompaixão e escritora Kristin Neff, autora do livro "Autocompaixão - Pare de se Torturar e Deixe a Insegurança Para Trás".
Se você parar para pensar, isso norteia a vida da grande maioria das pessoas, o que explica o fenômeno que se transformou algumas redes sociais onde a exposição e exibição de uma vida perfeita é o que conta mais pontos.
A verdade é que até podemos nos destacar em algumas áreas, mas sempre encontraremos alguém mais atraente, mais bem-sucedido ou mais inteligente do que nós, diante dessa nossa avaliação subjetiva. Se estamos atrelados apenas a esta avaliação, estamos mais voláteis, podendo sentirmo-nos bem ou mal, inferiores ou superiores, fazendo com que isso eleve ou derrube drasticamente nossos níveis de autoestima.

Em momentos de baixa, o que vem a tona são sensações de insegurança, insatisfação, autocrítica ou até mesmo comportamentos danosos como o bullying, onde inferioriza-se o outro para sentir-se superior. Aí então, voltamos a nos sentir bem. Ou até que alguém elogie o que fazemos, uma vez que a baixa autoestima não ajuda em nada acreditar que estamos no caminho certo e que nossas atitudes estão corretas.
Cria-se muitas vezes um loop infinito de altos e baixos. Onde é possível viver momentos de puro prazer, alegria e conquista ou de grande infelicidade, insegurança e insatisfação.
Quando estamos na crista da onda, bem no trabalho, as finanças vão bem, a vida vai bem, nossos níveis de autoconfiança ficam mais elevados. Resultando por consequência, um aumento da nossa autoestima.

Já quando os indicadores de sucesso não estão bem, isso pode fazer com que você se sinta a pior pessoa do mundo, não é mesmo?
O problema é quando estamos em uma fase difícil da vida (talvez grande parte das pessoas esteja com esta percepção agora), sem sucesso no trabalho, com quilos a mais, insatisfeita com o corpo ou a imagem, em uma situação familiar ou pessoal difícil...
São nestes momentos que colocamos em cheque nossa capacidade, valores e isso faz com que tenhamos um olhar muito autocrítico sobre nós, muitas vezes cruel e impiedoso. Derrubando assim sua própria autoconfiança - somente nós temos este poder.
E aí começamos a fazer questionamentos nocivos como:
"O que estou fazendo de errado?"
"Por que eu sou a única pessoa que não tem sucesso?"
"Por que meu corpo não é igual ao delas?"
"Talvez eu não seja boa o bastante"
"Nunca vou chegar onde quero"
"Só serei feliz quando for rica, poderosa, casada, bem sucedida, com dinheiro sobrando na conta, quando puder comprar coisas caras e extravagantes, etc."
"Acho melhor desistir e tentar outra coisa"
"Eu não nasci pra isso"
São tanto pensamentos negativos que nos invadem.
Isso são formas do comportamento autocrítico manifestar-se, minando sua autoconfiança. Esses pensamentos podem levar a comportamentos que desencadeiam ainda mais medo, ansiedade, insegurança, e até mesmo à desistência ou ao fracasso de um projeto/objetivo, por não nos sentirmos boas o bastante, dignas, merecedoras ou capazes.
Há também quem tem a coragem de tentar mas por algum motivo falha, momento inadmissível, não nos permitimos falhar. Não nos perdoamos, afinal de contas, a sociedade demanda a perfeição (mas isso fica para um novo post), neste caso, ficamos mais uma vez com uma avaliação subjetiva muito ruim e vemos a autoestima despencar. A sensação de infelicidade volta a bater.

O ponto da virada é trazer em mente o que você faria se estivesse aconselhando ou consolando um(a) amigo(a) que falhou? Provavelmente usaria frases como, "Tá tudo bem", "Ninguém é perfeito", "Tudo vem no tempo certo", "Seu trabalho é muito bom. Não desista."... Em situações difíceis, oferecemos aos nossos amigos nossas melhores palavras de consolo, incentivo, aprendizado e ternura, não é mesmo?
Isso é COMPAIXÃO.
Mas por que é tão difícil oferecermos isso para nós mesmos?
Quando trazemos um olhar mais compassivo para as situações desafiadoras da nossa vida, ao invés de nos julgarmos, criticarmos e nos punirmos por não estarmos "bem"ou "na crista da onda", devemos nos oferecer compreensão, incentivo, exatamente como faríamos com alguém de quem gostamos.
Isso é AUTOCOMPAIXÃO.

Reconhecer que todos nós somos uma obra imperfeita, em constante transformação, que a vida envolve momentos de sofrimento e só podemos acolher estes momentos de altos e baixos. Isso não diminui quem somos, nossa história ou nossas conquistas. Pelo contrário, nos traz conforto quando mais precisamos e força para seguir adiante.
Tomar consciência dessas experiências sem resistência ou julgamentos, reconhecendo nosso momento, nos traz ainda mais coragem, determinação e resiliência para seguir persistindo e lutando pelos nossos sonhos, depois que a tempestade passar. Pois acima de tudo, nos importamos com nós mesmos e não abriremos mão daquilo que sonhamos e acreditamos tão facilmente.