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O Que Nossas Roupas Contam - Dica de Série da Netflix, Histórias Para Vestir

Todos temos no armário uma peça de roupa que vai além de seu valor estético e que carrega consigo uma grande bagagem emocional, pessoal ou identitária.


Seja uma blusa que pertenceu a um ente querido, aquele item que vem passando de gerações, um vestido usado numa ocasião especial ou uma camisa que marca nossa trajetória profissional, alguns modelos continuam habitando nosso guarda-roupa por motivos que vão além de sua usabilidade e razão que nos impedem de praticar o desapego.



Para estas peças preciosas que ficam em nosso armário, eu gosto de dizer, vale a pena não só seu armazenamento, mas também sua manutenção (coisa que muita gente não faz e acaba perdendo a peça). Portanto, fique de olho nas suas.


Agora voltando para a minha dica de série, esta é baseada no livro Worn Stories da escritora Emily Spivack, que na época de seu lançamento, esteve entre os mais vendidos do The New York Times.


Narra histórias que envolvem pertencimento, segurança, liberdade e até que salvam vidas. Abrindo o armário de um variado – e curioso! – grupo de pessoas e desvendando as histórias e significados de algumas peças de seu vestuário.

São diversas histórias interessantes e emocionantes e se você ainda não viu a série que está disponível no Netflix, deixo aqui como sugestão.


Com 8 capítulos e cerca de 30 minutos de duração cada, ela é curtinha e é possível até maratonar, mas eu como sou da corrente slow, gosto de assistir aos poucos, refletindo sobre o impacto de cada umas das histórias.


Uma das mais bonitas para mim conta como um ex presidiário acolhe recém saídos da prisão que não possuem ninguém. Ajudando estes a se reencontrar e ensinando-os a se vestir e construir uma nova identidade através das suas roupas.

A autora, que é apaixonada por roupas vintage - assim como eu, conta que começou a se interessar pela história por trás das roupas enquanto comprava um par de sapatos pelo eBay, em 2007, e encontrou no site uma fantasia de Coelhinha da Playboy acompanhada por uma foto preto e branca de sua antiga dona. Em entrevista ao WWD, Emily contou que foi naquele momento em que se questionou quem seria aquela mulher e o interesse por essas histórias teve início.



A escritora começou a fazer uma espécie de curadoria de histórias pelo eBay, em que pessoas comentavam porque estavam vendendo uma peça, quem a havia usado e outras informações. Essa pesquisa deu início a um projeto chamado “Sentimental Value”, em que ela unia as histórias às roupas e as expôs em uma galeria.


A produção começa com um casal que vive em uma comunidade em que o uso de roupas é opcional – e eles optaram por não usar. “O que adoro [nesse episódio] é que ele prepara o terreno para começar a pensar sobre o que dizemos por meio das roupas que vestimos e também por meio das roupas que decidimos deliberadamente não usar. O que estamos comunicando por meio das coisas que decidimos não usar?”, questiona Emily.


E é esta mesma reflexão que eu trago sempre quando falo o quanto nossas roupas, cores, modelagem e textura são importantes e comunicam.



Na contramão de movimentos ganham cada vez mais força, como o Minimalismo, a série propõe na minha opinião um ponto de equilíbrio necessário, uma vez que o minimalismo não faz parte da realidade da grande maioria de pessoas. Por isso sou fã do Essencialismo e me identifiquei bastante com esta série.


Para quem está trancado em casa, faz pensar no próprio guarda-roupa e nas histórias há muito tempo não vestidas. E para quem precisa sair, faz imaginar as lembranças de esperança que roupas, e pessoas, vão querer contar daqui um tempo.

Pensando no seu, você consegue compartilhar aqui alguma história de uma peça que você guarda com tanto carinho e cuidado?


Caso tenha assistido a série, comente aqui o que achou. Vou adorar saber sua opinião.



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